segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Imitando Panka

Na cara dura. Mas eu não conseguiria encerrar o semestre de forma outra!

Normalmente eu escreveria tratados e tratados sobre a amizade. Sobre como me sinto feliz e lisonjeada em tê-los (todos!) próximos a mim. Pediria mil desculpas por meus equívocos, meus pré-conceitos, minhas fraquezas de caráter ou exageros temperamentais. Choraria, descontrolada, em frente ao teclado do computador. Isto, a bem da verdade, não consegui dexar de fazer. Lágrimas de alegria, de conforto, de agradecimento. Apesar de todos os pesares, apesar de todos os percalços, este foi -sem a m-e-n-o-r sombra de dúvida- o melhor dos meus vinte e dois anos de existência terrena. Não vou me alongar demais. O que desejo não é falar, nem lamentar, tampouco voltar no tempo. Panka já fez isso de forma brilhante! O que mais quero (talvez, hoje, apenas) é agradecer. Muito obrigada, meus chapas, pelo ano maravilhoso que vocês ajudaram a construir em minha vida! Obrigada por existirem, por xingarem, por discutirem, por sorrirem, por serem totalmente diferentes ou iguais a mim. Obrigada por seguirem lado a lado na Avenida das Dores quando ninguém mais quis. Obrigada pelas colas em provas estapafúrdias. Obrigada pelos cafés, chocolates, bolos feitos em casa ou no bar, almoços no bistrô Le . Obrigada por sorrirem comigo na hora da graça. Obrigada por mentirem comigo na hora do aperto. Muito, mas muito obrigada por quando chamaram a minha atenção quando de momentos desconfortáveis. Obrigada por cada minuto de risos, bobagens, conversas ridículo-teóricas. Obrigada por estarem aqui. Obrigada por não desistirem de, assim como todas as pessoas de bem, acreditar num mundo melhor, digno de verdade e informação ética e de qualidade! Feliz Ano Bom e até o 3º semestre. Que seja tão verdadeiro quanto estes que se fecham com o dezembro caloroso.


"O tempo passa e com ele
Caminhamos todos juntos
Sem parar
Nossos passos pelo chão
Vão ficar.

Marcas do que se foi
Sonhos que vamos ter
Como todo dia nasce
Novo em cada amanhecer."

Com muito carinho, Ananda

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

aos meus amigos

o último texto (teoricamente) é responsabilidade minha. porém, não disponibilizo de chaves de ouro apropriadas para um grand finale. enfim, deixemos de frescuras e vamos ao que interessa. sabendo (ou não) como dizer, é preciso que seja dito: aos meus amigos, meu carinho.
e muito mais do que isso. aos meus amigos, meu ombro, minhas mãos, minha mente e coração. aos meus amigos, o que eles precisarem. aos meus amigos coragem e companheirismo.
caí de pára-quedas. diria que apareci quando, acredito, ninguém considerava que eu existisse. e desse modo, tornou-se ainda mais importante que eu diga, como eu nunca disse antes, um muito obrigado gigante. a partir de então, nunca mais eu deixei de olhar duas vezes para alguém. a gente nunca sabe em que corpo vai estar aquele que será nosso próximo amigo. mas eu não sabia disso. eu só posso falar por mim, mesmo que o que eu sinta seja o mesmo que outros sintam.
e:


aos meus amigos que diversas vezes riram comigo, beberam e amanheceram comigo. aos meus amigos que tinham sempre um sofá, um tapete, uma almofada, um cobertor, um moletom ou até mesmo a própria cama para me oferecer. aos amigos que saíram pela noite, pela manhã, pela tarde. aos meus amigos que gritaram por suas idéias e suas convicções, aos meus amigos que tinham qualquer troco quando o meu não existia, aos amigos que me acordaram com suavidade ou com gritedo. aos amigos que se fantasiaram comigo, aos amigos que riram de mim e de si mesmo. aos amigos que perderam horas de estudo em bares, horas de diversão em trabalhos, horas de alegria nos meus pesares. aos amigos que me escutaram chorar por minutos e horas interruptas. aos amigos que sempre tiveram uma mão, um chiclé, uma colinha básica, um livro, um cigarro, um abraço, uma palavra sincera, um desentendimento, um momento de conversa. aos amigos que abriram espaço para que eu construísse o meu. aos amigos que compreendem que eu nunca tenho celular disponível (e nem mesmo créditos). aos amigos que me receberam em casa, que me apresentaram seus pais, que me fizeram sentir da família. aos amigos um pouco caninos, que roubam sacos de pão e latem agoniados - mas que sempre (sempre) me recepcionam com carinho.
aos amigos que curtiram um blues comigo, um samba comigo, um róquenrou comigo. aos amigos que assistiram as mesmas aulas chatas e emocionantes (divertidas, cansativas, pedantes). aos amigos que sempre me entenderam, e até aos que discordaram sempre de mim. aos amigos que torcem pelo mesmo time que eu, ou que o secaram com veemência. aos amigos que gastaram suas horas conversando comigo, andando pela rua comigo. aos amigos e aos nossos filmes. aos amigos que escolheram a mesma profissão que eu, e mesmo assim, conseguem ser tão diferentes (e tão parecidos) comigo. aos amigos que eu recebi como um presente de natal muito adiantado. aos amigos delicados, criativos, expressivos, silenciosos, tímidos, companheiros, preocupados, orgulhosos, corajosos, inteligentes, teimosos, letrados, cultos, bobalhões, alegres e de vez em quando tristes.

que vergonha. meu texto é simples, é quase bobo. mas eu não sabia mesmo o que dizer, muito menos o que escrever. mas sei bem como sentir.

Eu nunca mais quero outra vida, é - eu ando um bocado mudado, eu nunca mais quero outra vida, eu não, olha só como eu tô bem tratado, é que os tempos mudaram, e agora eu ando muito bem acompanhado (é, eu ando, sim), eu nunca mais quero outra vida, jogado na rua feito um vira-lata, o amor um dia chega, irmão mesmo pr'um cara pirado que só sabe ficar bebendo pinga, cantando rock, contando vantagem(...)

aos meus amigos, meu amor sempre.

panka

ps: BOAS FÉRIAS!

domingo, 7 de dezembro de 2008

(estou atrasada dois dias no post, hoje é dia da Mari.. mas qualquer coisa ela posta hoje mesmo por cima do meu!)


Às vezes, há que se explorar mais friamente o eu nosso. Tomados de cóleras e carregados de amores voluptuosos, perdemo-nos em agonias. Servindo-se em banquetes de ácidas dores e bebericando incessantemente do absinto remoer, o corpo sofre indigestão "overdósica" e desmaia (como em reflexo da perda de controle de si). Então, estouram alucinações de presenças com quê de neblina fina e rápida, entoando palavras com asas angelicais – ou demoníacas. Assim mesmo: depois de dar as caras pelo sub e in, elas visitam o consciente.
É então que se espirra sensatez. Após olhar um amontoado desconexo e ter se iludido: castelo, recobra-se o ceticismo. Porque pisar em chão compacto é chato e frio, mas também é necessário. Viver de neverlands seria realmente incrível. Porém, um ciclo não é um ciclo se não percorre todas as extremidades. E viver no extremo do morango vermelho é ilusão. Aliás, morango é pseudofruto. Pseudo: o que aparenta mas não é.
Mas o que eu queria falar mesmo – eu tenho um problema chato de fugir do assunto – não era assim, pessimista e tristonho. Era sobre as fases em que vivemos em estado de dormência. São essas as perigosas, os repuxos, redemoinhos, as ressacas. Nessas, reinventar trilhas sem seguir rastros é prova fatal.

"Se cada dia cai
dentro de cada noite,
há um poço
onde a claridade está presa

Há que sentar-se na beira
do poço da sombra
e pescar luz caída
com paciência."

Beijos, gente!

Liana V. N. Coll

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Não morreu não!

É CAMPEÃÃÃÃÃO!

(post para a Panka)

Lara.

a morte.

é uma vida sem saída. É o pensamento mais certo que os vivos podem ter.
O Primeiro Ponto morreu?

sábado, 29 de novembro de 2008

Homem de bem

Ele era um homem médio, quando nasceu já se percebia essa característica, foi crescendo e tudo girava em torno disso, nunca foi muito popular, mas não era nerd, nunca tirava boas notas, mas não ficava de exame... cresceu e teve um emprego médio, público, sem muitas promoções... teve dois filhos e um casamento de oito anos, médio... o tempo passou e ele percebeu que sua vida tinha sido "média", não podia reclamar, mas não podia se vangloriar daquilo que fizera... se aposentou com 70 anos, pensou, pensou...aos 72 anos se deu conta, era hora de sua morte, tinha 72 anos oito meses e onze dias, amanhã ele vai morrer...

João Victor Moura

domingo, 23 de novembro de 2008

Baco

Baco, menino do sul, nunca havia tido amigos que considerasse tanto como aqueles que fizera no primeiro ano da Academia de Bellas Artes. Pedro, menino do norte, ao contrário, sempre tivera muitos amigos. No início, um não notava a existência do outro, o que não os impediu de virarem amigos, grandes amigos - pelo menos era assim que Baco os via.

Num golpe de sorte, Pedro e Baco resolveram abrir uma empresa juntos: Galeria Global - como o nome já diz, era uma galeria que expunha obras de arte de artistas do mundo todo. Eles tinham um pacto para manter essa empresa, mas ela era um resultado da amizade, não uma condição para que ela existisse.

Os primeiros meses se passaram bem - Pedro e Baco estavam eufóricos, o início de um empreendimento. Baco, então, era o que mais se satisfazia com a parceria. Como dito, nunca havia tido muitos amigos a que desse tamanho valor como dava a Pedro. Porém, as poucas experiências de Baco quanto a amizade haviam lhe ensinado que sempre há de haver conflitos.

Eis que o primeiro desentendimento surgiu. Por um ruído na comunicação dos dois, Baco não havia entendido Pedro e, possivelmente, a recíproca fosse verdadeira.

Baco não se sentia bem com conflitos fraternais. Também era desconfiado e achou que uma de suas melhores amizades da Academia passaria por tormentos. Pensou, refletiu, sentiu-se mal com a situação: não queria que algo que ele tinha feito acabasse com uma amizade, que, Baco sabia, tinha tomado bastante tempo para se formar.

Pensou em pedir desculpas. Não! O orgulho falou mais alto. E, para piorar a situação, era a amizade entre homens, em que, claramente, sentimentos não se afloram muito facilmente. Baco nem era bom com desculpas. Achava que era um sinal de fraqueza. Mas, no fim, Baco pediu desculpas. Para ele um alívio. Só que não sabia se Pedro entenderia ou sequer consideraria suas desculpas.

A história ainda não teve fim. Baco ainda não tem certeza se não houve mais ruídos na comunicação entre os dois. Baco nem sequer sabe se Pedro não considera o ocorrido simplesmente irrelevante. De novo, Pedro era mais experiente com amizades do que Baco.

Baco remains unconscious of the reply. He still does not know if he managed to blow such a valuable friendship. Baco wihses for the best though. Shouldn't he?

Gianlluca Simi

terça-feira, 18 de novembro de 2008

drunken head


Imagine que eu sentada numa privada, no auge da minha libertação “urinática”, tomada por um grau de ansiedade inconcebível, acabei por ter um devaneio, talvez, interessante em seu absurdo.
Oras, você bebe copos e mais copos de cerveja, às vezes coloca uns pingos sutis de alcatrão. Diverte-se vendo as pessoas passarem na calçada. Porém, numa dessas funções cotidianas, eis que surge o monstro das madrugadas. Inoportuno.
Sentada numa privada, imunda e barata, recém descarregada, com um som turbulento das águas inundando a repartição “privada”. O xixi/mijo/pipi, ou para os mais civilizados, urina, vai saindo, inicialmente tímido e com o seu barulhinho tão reprimido naquele instante. Mas, acontece. O banheiro se divide. Da tampa do vaso para trás predomina o marrom daquele som avassalador e, dali à frente, tudo está amarelo e delicado como o barulhinho do xixi/mijo/pipi, ou, para os mais civilizados, urina.
Não faz sentido que isso seja dito pra alguém. Mas, imagine. Minha mente estava mais desconexa que nunca e ver uma flor ser simplesmente uma flor seria a missão impossível do dia. Foi frenético, querido. Quando isso acontece com você é terrivelmente angustiante. Pense em um ser segurando sua cabeça para ver se ela sossega, e nada.
Acendi um cigarro ali mesmo, esperei os tormentos dormirem, mas não dormiram. Sabe, quando eu acendi o isqueiro, daquele som mínimo fez-se um estrondo e tudo ficou vermelho fogo. Agora estou ruiva, vestindo roupas diabólicas e com os olhos em chamas. Não sei se foi o isqueiro ou a lembrança... Sabe, na verdade, eu ainda te espero para acender meu cigarro, beber comigo e adormecer os seres esquizofrênicos. Acho que gosto de você, querido.



(Pois bem. Eu ia escrever sobre coisas relevantes.
Ia falar do fato ocorrido ontem no Hospital de Caridade. Comentar as vidas que esperam horas e horas para atendimento lá no Patronato. Eu ia.
Resolvi pensar sobre isso, talvez, fazer alguma coisa.
Mas dizer o que as pessoas estão cansadas de saber me pareceu irrelevante. Por fim, escrevi algo mais irrelevante ainda.
Seria eu, uma grande irrelevância?)



Caren



domingo, 16 de novembro de 2008

Chupa que é de uva

Girard



A tua vulva. É de uva? Roxa. Tá roxa ou é?
-Tá.
-Doeu?
-Sim. Foi com roupa e tudo. Ele só queria ver meu cameltoe, mas na hora que mostrei ele foi com tudo.
-Acho teu monte de vênus o mais bonito que já vi.
-Tenho partes melhores.
-É verdade que tu fizeste clitoridectomia?
-Muda alguma coisa?
-Não.
-Tu foste preso por qual motivo?
-Parafilia potencialmente perigosa, danosa para o sujeito ou para outros, trazendo prejuízos para a saúde ou segurança, ou podendo impedir o funcionamento sexual normal, sendo classificadas como distorções da preferência sexual. Meu caso.
-Gosto de bondage.
-Eu também. Pena que tu não tem um braço.
-Tu curte apotemnofilia. Crê?
-Pode crê.
-Te amo magrão.
-Te amo magrona.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Das surpresas previsíveis

(milenar técnica do ctrl+c/ctrl+v ataca novamente)


"Mudança chegou aos EUA"


"Milagre político da vitória de Obama cria grandes expectativas."

"Vitória de Obama é um orgulho para os negros"

"Vitória de Obama pode inverter impopularidade do país no exterior."

"Escolheram mudança e otimismo"

Cinco frases. Cinco simples frases. Cinco simples frases que serão anexadas ao dossiê das grandes mudanças globais do século XXI. Uma das profecias do já obsoleto Nostradamus foi a liderança mundial nas mãos de um homem negro. Martin Luther King quase chegou lá (se é que não chegou, e nós, brancos hipócritas que somos, lhe renegamos tal espaço dentro das grandes estórias místicas do passado). Pelas vias de fato, entretanto, colocando o preto no branco (com o perdão do trocadilho), assume oficialmente o leme da maior potência mundial Barack Obama, eleito dentro de um sistema democrático que poucos conseguem compreender e/ou assimilar como racional ou lógico. Os Estados Unidos da América, em eleição histórica, dão o poder de sua nação a um homem de descendência simples, com familiares ilegais no país e alguns outros muçulmanos (tudo que a nação de Tio Sam sempre repudiou, quis ver longe de si, e quem dirá da cadeira mais importante da Casa Branca). A "América" parece estar abrindo mão de sua prepotência em prol da esperança, do sonho de (re)construir uma nação destroçada pela política imperialista de um governo encabeçado por um lunático apoiado em um povo sob efeito de histeria coletiva induzida. Os americanos do norte, entretanto, parecem -finalmente!- acordar. Os estado-unidenses [em tese] parecem ter aberto os olhos para o tamanho absurdo cometido no Oriente Médio, endossado em armas imaginárias, enforcamentos e homens-presidentes que afirmam falar direto com o todo-poderoso. As consequências de atitudes impensadas e autoritárias refletiu-se dentro de seu próprio ninho e as asas de quem ousava voar longe foram podadas pelo destino e pelo caminho certeiro de quem auto credita-se o título de soberano do universo. A Era Bush e suas incoerências finalmente parece chegar perto de seu fim. (esperamos!). Um povo deixa seus temores maiores de lado em prol de uma existência hipoteticamente mais segura. Contudo, quem terá certeza de mudanças? Quem poderá afirmar que não estamos vivendo apenas mais uma grande encenação ou um grande delírio massivo? Concretização de sonhos utópicos, como o de um país de mãos dadas com a Palestina, Afeganistão, Iraque e tantos outros? Não creio. Cubanos continuarão a sofrer embargos econômicos. O FMI seguirá a "tapar os furos" dos grandes irmãos. Países de terceiro mundo ainda terão de se contentar por muitos decênios com as migalhas dos chefes. As potências centenárias não cairão por terra instantaneamente. As tiranias não se esvairão no conforto de um sorriso pardo nos televisores mundiais. A mídia elegeu Obama. O medo do pior deu o cetro universal a ele. Era previsível, Mãe Diná não precisaria dizer nada. A esperança deu a vitória a Barack. Todos [assumamos!] desejamos sua vitória. (afinal, também temos medo do perigo). A derrotada anunciada de seu adversário republicano não foi surpresa em nenhum momento. O mulato de sorriso largo refletiu o american dream tão sonhado e a tanto perdido. Nossos dias ainda hão de chegar, mas não será um homem que trará a grande caravana da paz e do bem. O democrata recém-eleito é o inicio de uma possível caminhada, todavia nenhuma certeza, sendo tarefa de todos construir o grande maquinário que fará desse mundo um lugar melhor. Força a Obama!, não te desmerecerei jamais. Espero não ter de pôr por terra mais uma fornada fumegante ainda de esperaça. Força a todos nós! Que possamos olhar para trás dentro de alguns anos e pensar: "Valeu a pena! Valeu a pena acreditar em uma democracia verdadeira!" Que as crianças órfãs iraquianas tenham o mesmo sonho que eu tenho hoje!

"Mas nós vamos ficar ricos/vamos faturar um milhão/Quando vendermos todas as almas/dos nossos índios num leilão!"

Ananda

terça-feira, 11 de novembro de 2008

o direito de não amar.

puxando o gatilho disparado pelo texto anterior, ou apenas pescando o peixe da linha que ficou boiando, amar é complicado e vou voltar no tema. aproveitando (também) que estou nula de criatividade e apática de pensamentos, trago um texto que acho bom. e em bom momento.
antes, só algumas constatações: é fácil gostar de quem gosta da gente, é facílimo amar quem nos ama. podemos dizer de peito aberto que respeitamos quem concorda com a gente. o outro lado, desgarrado, que excluímos como doença, é que é o nosso equívoco. aprovar quem não nos aprova, respeitar quem não nos respeita. a minha educação não depende da sua. talvez vá parecer meio cristão, mas acho que amar de verdade é amar primeiro. e depois, respeitar o espaço que cada um tem - para gostar e desgostar. ser por si só, suficiente.

o direito de não amar
lygia fagundes telles

se o homem destrói aquilo que mais ama, como afirmava Oscar Wilde, a vontade de destruição se aguça demais quando aquilo está amando um outro. o egoísmo, sem dúvida o traço mais poderoso de qualquer sexo, transborda então intenso e borbulhante como água em pia entupida, artérias e canos congestionados na explosão aguda: "nem comigo, nem com ninguém!" deste raciocínio para o tiro, veneno ou faca, vai um fio.
a segunda porta foi a que escolheu aquele meu colega da academia quando descobriu que a pior das vinganças é não matar mas deixar o objeto amado viver, viver à vontade, "pois que ela viva!" - decidiu ele na sua fúria vingativa. amou-a perdidamente (...) como ele lutou, meu deus, como ele lutou! tentou conquistá-la com presentes(...) na fase final era violento - começou com as ameaças.
(...) meu colega dava murros nas paredes, nos móveis. puxava os cabelos, "ela não tem o direito de me me fazer isso!" com a débil voz da razão, tentei dizer-lhe que ela bem que tinha esse direito de amar ou não amar, vê se entende essa coisa tão simples! mas ele era só ilogicidade e desordem: "vou lá, dou-lhe um tiro no peito e me mato em seguida!" mas tantos repetiu esse juramento que fiquei mais tranquilizada com a esperança que a energia canalizada para o ato acabaria se exaurindo nas palavras.
o que aconteceu: uma noite me procurou todo penteado, todo contido, com um sorrisinho no canto da boca (...) "vou ficar quieto, que se casem depressa porque no casamento que está minha vingança. no casamento e no tempo. se nenhum casamento dá certo...".
há ainda uma terceira porta, saída de emergência para desiludidos do amor, não, nada de matar o objeto de paixão ou esperar que ela vire uma megera(...) mas renunciar. simplesmente renunciar com o coração limpo de mágoa e rancor, tão limpo que em meio ao maior abandono ainda tenha forças para se voltar na direção da amada como um girassol na despedida do crepúsculo. e desejar que ao menos ela seja feliz.


pensar sobre renúncia é sempre complicado. quando pensamos que é preciso renunciar a certas coisas, não percebemos que estamos automaticamente pensando em confiar em nós mesmos. quando criamos vergonha na cara para partir, levamos na mochila apenas o que mais precisamos. e é para isso que eu queria chamar atenção: para o que está dentro da bolsa, para o que vai e não para o que fica. pode ser que a gente não perceba, mas terão horas na vida em que vai ser inexoravelmente necessário abandonar certas coisas (até mesmo quando a gente esquece). renunciar é ter paz, é ser corajoso como insistir. renunciar é assinar um acordo consigo mesmo, é se pré-dispor à caminhar mais longe. renunciar é liberdade. direito de não amar é esquecer o rancor e deixar que tudo seja feliz - com ou sem você.

atenciosamente,
panka.

domingo, 9 de novembro de 2008

Quem inventou o amor?

Me explica por favor senhor inventor do amor, ou senhora, não sei seu gênero. Me faça entender por que o meu coração é burro. Me explique como a quem explica para uma criança por que eu acho que insistir no erro não é burrice, por que eu sempre acho que só eu consigo ver o que ninguém consegue.
Por que faz de conta que passou e qualquer faísca reacende o que parecia morto? Por que a sensação de que nunca vai passar? Eu só queria achar alguém que um dia pudesse me dizer que quer ficar SÓ comigo, que só precisa de mim.
Por que quem inventou o amor não inventou o antídoto pra isso tudo? Vem e me diz o que aconteceu e porque tem que ser assim. Tenta me explicar porque nunca pode ser como a gente quer.
Eu queria poder escrever esse roteiro, sem qualquer intervenção do destino, essa criatura medonha, que nos prega peças a toda hora.
Eu não sei se eu consigo mais...
Michelle Falcão

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

"Alô, alô Tereziiiinhaa!"


Chegar corneteando à la Chacrinha.
Que jeitinho deveras alegre de aparecer(FINALMENTE) em uma tarde ensolarada de sexta-feira!
É, primeira vez que dou às caras por aqui.
Fiquei meio perdida hoje sobre o que escrever e, confesso, ainda não estava muito certa sobre o que iria postar. Mas, pensando bem, a coisa que mais queria dizer está contida na última postagem do meu blog. Acredito que será familiar à todos o exemplo do texto, então, aproveitem a super técnica milenar do Ctrl + c e Ctrl + v:


"As aparências enganam, amigo.

É, já diriam minha bisavó, minha avó, minha mãe, eu e talvez irão dizer meus filhos, netos e bisnetos esta célebre máxima. Verdade seja dita, aparências enganam e muito. Ou pelo menos enganam nossos momentos de fraqueza. O que me inspirou a refletir sobre isso, é o livro Tia Julia e o Escrevinhador, do peruano Mario Vargas Llosa. Se me permitem a ousadia, faço um breve resumo da cena:

Dois trabalhadores de uma empresa conversam e chega um estranho que lhes pede o material de trabalho. O ar desse estranho parece prepotente aos outros dois e, como estes nunca o tinham visto, não gostaram da abordagem. No entanto, o chefe chega e apresenta o desconhecido como novo colega de firma. Esse integrante novo, que também já não estava tão confortável com a situação, velozmente se apresenta: "- Pedro Camacho, um amigo." E quando ia retirar-se, ainda diz: "- Não guardo rancor dos senhores, estou acostumado com a incompreensão das pessoas. Até sempre, senhores!"

Creio que o Pedro é um cara esperto. Sensacional, brilhante, I would say!
Quando eu li, em especial essa última fala, algo que às vezes em meus pensamentos parece tão confuso de conceituar, iluminou-se de repente.
Achei muito interessante a maneira como o autor propôs essa atitude tão verdadeiramente e tão facilmente em uma cena que ocupa, quando muito, duas páginas e que, muitas vezes, ocupa muitos anos de nosso compreendimento.
Certamente a experiência de vida celebra essas noções de valores.
Nunca é cedo demais para aprendê-las.
E também nunca é tarde de mais."


E era isso por hoje.
:)


Por Mariana Cervi Soares

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Contraste

O seu nome eu não sei. Sei que tem umas feições bem abrasileiradas. Sim, pois a mescla de origens é o comum traço do estereótipo brasileiro. Uma pele nem branca, nem negra. Uma cor mediana assim, meio tostadinha... nem mal passada, nem bem passada. É, essa tal cor de cuia. Uns cabelos pretos grossos, os quais se notava serem penteados compulsivamente para trás e fixados e endurecidos a gel - para que na hora do serviço não lhe caíssem nos olhos (mas bem que se notava uma pequena mecha insistente escorregando sobre a testa -sabe-se lá ser vaidade ou acidente). Possui um nariz avantajado e uns olhos grandes – íris negra, esclera avermelhada -. Não era nem de longe bonito. Vestia umas camisas largas jogadas, que até lhe disfarçavam a magreza. De adorno usava no pescoço um cordãozinho de couro preto. Nada demais mesmo. Nada de menos, também.

O fato que chama a atenção não está nas linhas físicas, e sim no que se adentra o corpo. Ele ,certa vez, disse que a escolha pelo estilo de vida adotado veio após a morte da mulher. O "como ela morreu" não se teve coragem de indagar. Quem sabe um acidente, uma doença. De velhice, não. Pois ele é novo: trinta e poucos. Desde então, resolvera largar o emprego fixo, o qual lhe impunha rigidez de horário e compromisso regrado. Não que houvesse largado algo muito bom - não ganhava muito, não -, mas tinha uma estabilidade, ainda que mesquinha.

Hoje vive de bicos. É pintor, marceneiro, carpinteiro. É daqueles que fazem serviços gerais. Quebra-galhos, Severino. Mas, sobretudo, é técnico em cigarros. Sabe tudo sobre fumo, tabaco, sobre efeitos e benefícios. Malefícios: a estes não desconhece, mas simplesmente ignora-os. É só conversar com ele sobre o assunto que se notará um brilho nos olhos. E gesticula e se anseia tentando traduzir o bem que uma tragada lhe faz. Daí passa a falar de música, da vida, da liberdade alcançada.

Diz que quase não come – a mulher que lhe preparava a comida. Não é estudante, mas passa a Miojo. Seu meio de transporte é uma bicicleta rústica. Dorme o quanto lhe convém, pois os horários de trabalho não são fixos, e é isto que lhe serve de ânimo. Recebe pouco pelos serviços. Mora em quarto alugado. Não tem filhos nem parentes, apenas amigos de momento com os quais troca meia dúzia de palavras – uma dúzia quando sente que algum indivíduo possa o entender. Vive mendigando moedas para os conhecidos dos locais que freqüenta, e disto não tem vergonha. Até ri quando algum lhe diz: “não dou não, sei que vais direto comprar um desses charutinhos de câncer”.

Se é feliz? Acho que sim. Ele é um contraste, e tiros de condenação são lançados seguidamente a ele. É corajoso, muito. Coragem por furar as regras, por abdicar de seguranças. Ou, por isso mesmo, é medroso, arredio e fraco? Depende do ângulo. Ele diz que tudo é uma opção de vida. Abriu mão de conforto, de estabilidade, de família. Ainda assim, talvez não se sinta solitário... Ou talvez se sinta e esta tenha sido a diretriz principal da sua maneira de ser.


Liana de V. N. Coll


OBS.: Baseado em fatos reais de um pelotense muito curioso.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Quinze Minutos de Fama

Dezembro, 09 de 2008 – Ribeirão Preto

Um dia cinzento contrastante com o vermelho do sangue de mais uma tragédia brasileira. A mais de um mês só se falava de uma tal menina seqüestrada e assassinada pelo namorado (mas qual era o nome dela mesmo?) mas na última semana o Brasil parou para ver [mais] uma tragédia em família.

O caso tinha começado dias atrás com um seqüestro na própria casa, não se sabia ao certo o motivo - dinheiro, depressão, vingança – o fato era que nos últimos dias não se falava em outra coisa pro lado de cá de nossas fronteiras.

A história era mais ou menos assim: o cara tinha matado os pais com a ajuda da namorada, que depois que consumou o homicídio entrou em crise e terminou com o namorado. Então ele seqüestrou e atirou na namorada quando a polícia tentou entrar. Assim ele foi preso e quase linchado pelos moradores num gesto de amor pela ilustre família da cidade.

Nesse meio tempo o assassino mais odiado do Brasil ainda teve tempo de roubar um carro com um menino dentro, que foi arrastado por minutos no trajeto, e de matar a irmãzinha de seis anos jogando-a pela janela.

Mais um caso chocante para nossa "querida" imprensa sensacionalista!

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Teste de memória, responda rápido (e sem procurar na internet =P):

Quais os nomes dos irmãos que ajudaram a matar o casal von Richthofen?

a) Menina Isabela
b) Menina Eloá
c) Menino João Hélio
d) Casal Nardoni
e) Outros (coloque nos comentários hehe)

Então é isso, quem postar primeiro na caixa de comentários os nomes ganha um bombom da cacau show. AEEEE \o/

Cristian e Daniel Cravinhos =D MUAHÁHÁHÁ COMO EU SOU TRAKINAS--------------------------------------------------- João Victor Moura

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

360° X2


Meu mundo virou de cabeça para baixo, duas vezes, o que pensar a respeito e, principalmente, como agir diante disso são os dois pensamentos que, mais rapidamente, me ocorrem.

Para fim de maior entendimento, devo explicar o que entendo por “mundo de ponta-cabeça”. Uma vez que se o mundo virasse de cabeça para baixo, literalmente, sequer perceberíamos, fica claro, portanto que me refiro à expressão com intenção conotativa. Logo, me refiro às situações que mudam, rápida e radicalmente, nossa forma de ver o mundo que nos rodeia, um evento que nos obriga a ver o mundo sob outra perspectiva. O resultado mais freqüente é a “iluminação”, podendo, contudo, nos deixar “sem chão” (creio, inclusive, que já escrevi sobre isso, embora não seja uma certeza).

Enfim, se o mundo vira de cabeça para baixo duas vezes ele volta para o lugar onde estava a priori? Creio que não. Se pegássemos uma caixa, por exemplo, arrumássemos objetos dentro dela, fechássemos e virássemo-la 360° e, por fim, a abríssemos, os objetos ainda estariam no mesmo lugar, porém, de forma diferente. Em suma, voltamos ao estado inicial com uma visão ligeiramente alterada, evoluída. O fato de nossa visão de mundo voltar para o ponto inicial não muda o fato de que, por um momento, vimos tudo de forma diferente, dessa forma podemos amadurecer.

G. Benaduce

(retirado de Shinsen, 24/10/2008, benaduce.blogspot.com)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Jardim Camboja


Há alguns dias, meus destinos foram acusados de serem "comuns". Citei Escandinávia, Índia e Japão. Ainda assim - comuns. Mas numa dessas minhas viagens oníricas, encontrei um destino que nenhum guia jamais catalogou. A Phnom Penh cheguei - um destino inusitado, indie, cult, fora de rota, como quiserem. Menos comum.

Sempre ouvi que as janelas eram os olhos do horizonte. Não, mentira! Distorci ditados agora. Porém, cá a verdade: enquanto eu pairava à beira de uma janela sistemática, no terceiro andar de um prédio com muitas ideologias, eu avistei a paisagem mais instigante da minha vida. Não era um mero jardim; nem mesmo é ele considerado como tal por paisagistas, arquitetos, jardineiros, pessoas de green thumbs ou similares. Um amontoado de tocos de árvore há muito sem seiva corrente, tufos de pasto, arbustos secos, galhos e pedras e um lago sem água. Ao avistar aquele jardim, encontrei meu Nirvana mochileiro: o Jardim Camboja.

No Jardim Camboja, não existem flores bem cuidadas nem lagos artificiais com carpas japonesas. Nem sequer há água. O sol fere o solo duro do jardim. A única chuva é a tormenta de filtros brancos e pretos que entulha o [a falta de] gramado. Ele não é bonito, mas é belo! Ele é pós-moderno, é rústico, mínimo. No intervalo induzido das teorias da vida, ele me sussura mantras em khmer. Meus olhos o procuram toda vez que me aproximo da janela. Ele me faz bem.

Eu realmente acho que o Jardim Camboja deveria entrar na lista de pontos "turísticos" da UFSM, quiçá de Santa Maria. Um local planejado, bem pensado, cujos milímetros foram arquitetados em prol de uma paisagem assim...instigante, como já dito. O Jardim Camboja é o melhor exemplo que circunda minha academia. De um lado, a falta de planejar os arredores, os detalhes que confortam uma atmosfera. De outro, a beleza que nasce do relegado, do despercebido. Eis meu jardim: o Camboja. Sujo, pútrido, abandonado. Mesmo assim, lindo...e incomum!

"Nação, Religião, Rei!"

Gianlluca Simi

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Seis Graus de Separação

Como a falta de criatividade se aliou à falta de tempo para impedir que eu me concentrasse a criar um bom texto com subjetividades, duplas interpretações ou confidências que a ninguém interessa, resolvi escrever um pouco sobre algumas coisas em que eu acredito.
Acredito na raça humana e em uma possível salvação pras mazelas do mundo. Acredito que existem, sim, políticos honestos, e que a Sandy continua virgem, mesmo depois do casamento. Acredito em duendes, pois só a existência deles pode explicar os desaparecimentos de nossos objetos pessoais, mas não acredito mais em Papai Noel, cegonha e Coelhinho da Páscoa, e fico até meio deprimido ao ver que as crianças, como meu irmão, deixaram de acreditar neles bem mais cedo que eu.
Mas sobretudo acredito numa teoria matemática-social chama Teoria dos Seis Graus de Separação. Alguém deve ter pensado: "Puts! Lá vem ele com mais uma teoria matemática chata pra postar no blog", mas acalmem-se, garanto que essa é bem mais interessante de ser lida.
A teoria surgiu em estudos científicos na Universidade de Columbia e foi publicada na Revista Science, e a partir daí virou mote para peças de teatro, filmes, séries (a principal delas homônima à teoria, produzida por JJ. Abrams, criador de Lost, que também se utiliza dessa teoria), jogos onlines e redes de relacionamento (incluindo o Orkut).
Mas enfim, sobre o que é esse estudo? Bem, ele tenta explicar o que já é de conhecimento público: O mundo é pequeno!
Pra provar isso fizeram o seguinte: estipularam pessoas entre as quais um inspetor de arquivos na Estônia, um consultor de tecnologia na Índia, um policial na Austrália e um veterinário do exército norueguês e entregaram cartas destinadas a elas a outras pessoas, completamente distantes geografica e culturalmente. Assim a pessoa que começava com a carta nas mãos enviava ela a um amigo que achava que poderia ser próximo da determinada pessoa, que enviava para outro amigo, que achasse ser mais próximo, e para outro e outro, até que a carta chegasse ao destino estipulado. O resultado foi inesperado, pois foi necessário que a carta passasse por, em média, 6 pessoas, desde o início ao destino.
Daí o nome da teoria: Seis Graus de Separação. Não é difícil acreditar quando se usa a matemática para comprová-la. Digamos que você tenha dez amigos (esse é um número baixo estipulado pelos estudiosos americanos, que talvez não tenham um círculo social tão grande), e cada amigo seu tenha mais dez amigos, e cada um desses amigos de amigos tenham mais dez. Quando chegarmos aos 6º grau, teremos 10 elevado na 6ª potência, o que daria um milhão de "amigos". Agora se formos adaptar às nossas realidades, e adicionando a essas pessoas o que se chamam de hubs (pessoas com um número muito grande contatos, como os próprios jornalistas) então nossa rede de contatos é infinitamente maior, logo, é bem possível que a teoria seja realmente verdade. Eu pelo menos acredito!
Isso explicaria, segundo os estudiosos, fenômenos como a moda, comportamentos de mercado e epidemias. Não é realmente interessante?

Eu me interessei por essa teoria ao ver como entre nós mesmos, colegas, descobrimos o quanto estivemos próximos, até mesmo por um grau de separação, antes mesmos de nos conhecer:
*Eu ouvia falar bem do Bibs quase todos os dias, através de uma senhora que trabalha no meu antigo colégio e que é quase uma avó adotiva para ele. Confesso que fazia uma imagem completamente diferente dele e no entanto hoje estamos aqui, até morando juntos!
*Eu conheço um tio-avô da Liana, lá de Dom Pedrito, e além disso meu tio lecionou por muito tempo na UfPel, logo devem haver mais ligações das quais não sabemos.
*Falando em Liana, a avó paterna dela morou em Cachoeira e os avós maternos moraram em Rosário. Vejo mais ligações possíveis com Panka, Ananda e Bibs por aí!?
*Lara e Gian, embora não se conhecessem, tinham muitos amigos em comum!
*Caren e Gian tinham um amigo em comum antes de se tornarem colegas.
*A tia Deise, mãe do João (sim, até o João que é de outro estado tinha algum tipo de ligação, vejam) morou em Cachoeira, logo deve ter conhecidos em comuns com Ananda e Panka!
*Lara e Bibs descobriram que tinham duas famílias conhecidas em comum.

E há também dois casos de contato direto!
*Panka e Ananda se conheciam de Cachoeira, embora talvez não se gostassem muito.
*Lara e Benaduce também se conheciam, daqui de Santa Maria.

E essas são apenas as ligações que descobrimos sem nenhuma pesquisa aprofundada.
A mim, pelo menos, essa teoria é totalmente válida e correta. Hoje mesmo descobri, sem querer, que tenho ligações de primeiro ou segundo grau com Suzane von Richthofen, Ana Carolina Jatobá, Alexandre Nardoni e Lindemberg Alves. Dá medo, não!?
Mas nem tudo são lástimas!
Certa vez, também despropósitamente, descobri que eu e duas pessoas que depois se tornaram grandes amigas visitamos no mesmo 1º de janeiro a Cascata do Caracol, e descemos as escadas que davam para o fim da queda d'água praticamente na mesma hora, ou seja, antes de nos conhecermos já havíamos nos cruzado, sem que um tivesse consciência do outro, em uma escada enferrujada que dava para um lugar tão bonito. É quase poético, não!?
E tem outra, vejam só! Já descobri também que tenho duas ligações de primeiro grau com Sílvio Santos! Má oe! Quem quer dinheiro?
Enfim, me alonguei demais, mas eu queria apenas compartilhar essa minha maluquice de ficar sempre procurando relações infinitas entre as pessoas.
Quem sabe tendo conhecimento dessa teoria adquiramos, finalmente, a consciência de que fazemos parte do mundo, de algo maior que alguns chamam de Deus e eu chamo de Destino. E que nós, caros colegas, descubramos juntos até onde esse Destino vai nos levar. Espero que "ao infinito e além", e sempre acompanhado de vocês!

Felipe S. Severo

P.S.: Eu menti! Não acreditava que a Sandy era virgem nem antes do casamento, quanto mais agora! ahahah

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Woman putting on her stockings - Toulouse-Lautrec

Eu pensei em escrever um texto, juro!

Mas eu comecei a ler poesias do Arnaldo Antunes e, sem comparações, é claro, mas resolvi postar essa coisa aqui que é minha e não leva a nada, porém, vai usar a imaginação de quem quiser tentar entender.



Puteiro

Olhem só
No canto há uma dama de pernas de fora
Olhando de canto o homem no outro canto
O homem tem uma mulher nos braços
Essa olha de canto a vadia do outro canto
Num outro canto um outro homem olha
Olha a vadia no canto olhando o casal de canto
E no outro canto um casal olha esse homem
O homem que olha a vadia no canto a olhar o casal de canto

Um canto retumba em seus ouvidos

Pegam nas mãos uns dos outros
E correm ao quarto mais próximo
O quarto do canto
Do canto e do canto

A mulher canta no quarto do canto
Que era um quarto no canto, e não DE canto.
Eu decanto. Tu decantas. Eles decantam e de canto são.


decantar, depravar.


Agora, só para a diversão de quem quiser se divertir:



O doido e inteligentíssimo Tom Zé falando da Rita Lee, isso tá no DVD dela, Ovelha Negra. Olhem!


Mais uma coisa: saiu o filme dos Titãs (Titãs, A vida até parece uma festa). São gravações que o Branco Mello faz desde 1984!


Como vêem, esse post é muito meu! tanto que quase esqueço o nome. Caren Rhoden, acadêmica do segund...

,Ao som de: Saia de mim, titãs.





segunda-feira, 13 de outubro de 2008

o dedo de deus e o buraco do vulcão

Girard




Saber de onde vem esse frio que nos congela. Saber para onde vai o calor aqui da nossa terra. O Everest branco e o Atacama amarelo marrom. A ciência comprova que o mundo não é imortal. O sol vai desaparecer devagar. Da lua não sei notícias, vou ter reunião com as Marias ainda hoje, vá que elas saibam algo.
-Olha as coisas não andam bem pro seu lado.
Eu gostaria de saber o que todos os bilhões de moradores da minha casa pensam sobre a vida. Alguns já me disseram que são carne. Outros dizem ser "algo que faz esta carne se mexer" e outros me explicam tantas coisas que não entendo.
O que seriam os neurônios? Não consigo acreditar neles, mesmo alguém acreditando que está me comprovando quando me entrega uma imagem das células.
Elevadores. Árvores. Teclados. Grama. O que o homem pensa sobre isso? A maioria tem certeza que é dona.
Entendam homens, se fossemos donos de tudo isso, os aviões não cairiam, os tufões não alagariam os lugares onde habitamos, o calor não nos queimaria, os carros não perderiam o freio, os vulcões não tornariam cinza aquilo que vemos.
Se fossemos os donos, colocaríamos tampões nos vulcões, os aviões não cairiam, desligaríamos o botão dos tufões, regularíamos a temperatura com um simples giro no controle do nosso enorme ar-condicionado e os carros, estes seriam belos objetos de passeio com freio regulado pela força da mente.
Nem Deus controla teu carro. Se tu consegue, que legal.

domingo, 12 de outubro de 2008

Reformas

Estava eu em frente ao aparelho televisor e eis que Patrícia Poeta (em mais uma de suas brilhantes aparições com canetas mágicas nos quadros altamente tecnológicos do Fantástico) me dá a notícia que mudaria (literalmente) minha existência de hoje (na verdade esses dias) em diante: microondas não é mais microondas. O quê?? Parou de aquecer sanduíches em três minutos? Não, é óbvio que não. Microondas agora é micro-ondas. E, por sua vez, nossa imagem também não será mais a mesma: auto-retrato agora é autorretrato. Que horror! H-o-r-r-o-r. Não vai demorar e horror vai virar hor-ror, ou qualquer coisa assim. Então se passa o fatídico momento (um plim, digamos) que me deu a idéia que eu não tinha para este post e, consequentemente (sem trema, pois elas "caíram", todas, também), seu título: reformas são positivas, por piores que pareçam a princípio (se for em princípio me perdoe, Orlando, mas me foge a regra neste segundo). Sim, reformas são necessárias, positivas e úteis. E não me refiro apenas a reformas no sentido denotativo da palavra. Reformar-se é tudo de bom! (tudo de bom? Affe...) Renovar o espírito, a alma, as relações (acreditem, eu não encarnei o Paulo Coelho e nem o Lauro Trevisan) faz com que renovemos o que somos, e penso que a 'metamorfose ambulante' do saudoso Raulzito falaria por mim muito melhor do que essas palavras tortas que vomito aqui. Reformar. Renovar. Abrir-se ao novo, ao todo, ao que há de melhor na vida. Aproveitar cada momento, cada pequeno instante milagroso (ufa, que religiosa me encontro hoje), cada átomo de pureza que há na simplicidade das pequenas coisas da vida. Aí você me pergunta: crise de identidade, colega? Demência cabeçal? (apud Adriano de Sá Britto, alegretense de fé) Porre? Muito pelo contrário! Hoje, tomando banho, ao ver o xampu saindo do potinho tal qual leite condensado (não, também não usei drogas sintéticas) percebi uma entre tantas metamorfoses que nos perseguem diariamente e para as quais viramos a face para admirar, muitas vezes, o feio, o ruim, o negativo. Xampu virar leite condensado na minha cabecinha já é um começo de reforma. Reformar o concreto, o racional, o lógico. Abrir o coração. Façamos um trato (não, eu não vou escrever abstrato, Humberto Gessinger): olhemos o que nos cerca com vistas de reforma! Renovemo-nos! Acreditem, meu cabelo ficou docinho e não caiu nem um pedacinho de mim! Tchau gurizada! Beijo da Ananda

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Eu prometo

Fiquei a semana toda pensando no que escrever no meu primeiro texto no blog da turma. Pensei em vários temas. Na segunda, arquitetei um texto sobre o fechamento dos mercados aos domingos. A tristeza por ficar sem saborear um pão novinho me deixou irritada. E meus colegas, a maioria de fora de Santa Maria, serão atingidos em cheio. Mas a vontade de escrever sobre pães se foi a medida que o limite da postagem se aproximava. E agora, com a folha em branco, eu tive vontade de escrever sobre promessas.
Eu tô sempre prometendo mil e uma coisas: não chegar atrasada, arrumar meu quarto, trocar a água do Borges Fiordes semanalmente, ler o jornal todos os dias, ver o Jornal Nacional, ficar menos tempo no msn, não deixar pra estudar na última hora, e por aí vai. A pior promessa é aquela que eu faço para agradar, seja a quem for. Algumas vezes, a única chance de manter uma estabilidade na minha vida é prometendo, e, daí, eu me ferro. Quando perco as rédeas, quebro todas as promessas feitas a santos que ninguém conhece e que eu nem acredito.
Eu não consigo viver sem prometer, diariamente, até as coisas mais fúteis, mais estapafúrdias. Vou continuar assim. O que eu prometo no calor da hora, eu só finjo que posso cumprir. Talvez eu não devesse fingir mais, continuar vivendo e sentindo um dia por vez. O caminho pode ser esse, quem sabe.

“Faço promessas malucas tão curtas quanto um sonho bom”

Michelle Falcão

sábado, 4 de outubro de 2008

A Volta Definitiva

por José Luís Zasso

Com a atribuição e responsabilidade imensa de tirar um pouco do pó que estava sobre o Primeiro Ponto, acessei o blog hoje após o meio-dia. Confesso que a carga em minhas costas aumentou ao ler o (perfeito) texto da Panka (Nathália Costa é algo só para os muito íntimos). Na mesma segunda em que a Panka postou, alguns colegas (Felipe, João e Gian de forma mais intensa na minha percepção) fizeram um aviso pós-aula, o blog voltaria, e agora com a intenção de voltar para ficar; depois de alguns dias soube que o responsável pela volta do "blog da turma" seria eu...

O momento não poderia ser mais apropriado, o presente final de semana é decisivo! No domingo milhões de pessoas decidem o futuro de 5.563 cidades no Brasil, escolhendo seus respectivos prefeitos e vereadores. Ainda antes, no sábado, Grêmio e Palmeiras, empatados com 50 pontos na liderença do campeonato nacional, têm jogos que podem acabar decidindo o campeão no final do ano. Para os acadêmicos que ingressaram no Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Maria no ano de 2008, é a hora de dar a resposta sobre um dos principais projetos surgidos na turma que é este espaço que você agora está lendo.

Pode até ser que isso não pareça para alguns colegas, mas sou um entusiasta do Primeiro Ponto, não apenas pelo fato de que posso aqui escrever, algo que amo... Mas também por poder ter acesso a textos excelentes de pessoas com as quais convivo, em tese, 5 dias por semana. E o meu apelo final, reforçando o que anteriormente a Panka já havia dito(escrito), é para não deixarmos que o blog, devidamente ressucitado, morra novamente...

A bola tá contigo, Bagé!!! Capricha aí...

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

receita de tempo novo

soprando aqui, a fim de ressucitar alguma coisa. o tempo é inimigo muitas vezes, e dessa vez a carapuça lhe serviu. como disfarce, como desculpa - eu já nem sei. o que sei é pouco, quase nada. sei que dos projetos inacabados, ficam as nuances do que poderia ter sido. mas eu vou levar a poesia para direcionar o meu assunto: as coisas findas, muito mais que as lindas, estas ficarão. foi bom, não durou?
as coisas terminam para dar espaço para outras. é como a história do rio, que passa todos os dias por nossa vida. nossa, assim no coletivo mesmo. minha, sua, nossa. já que vida é uma só, apenas vista de vários ângulos.
tudo bem.
a minha intenção é carregar uma luz, ainda que pequena, de apoio: o tempo está passando rápido demais, e isso sempre assusta. falta um apoio, algo ou qualquer coisa para se agarrar. algumas vezes faltam motivos, e noutras, resultados.
a gente sente que o medo, a relutância - até mesmo o desânimo - nos consome. ao mesmo tempo em que tudo parece tão certo, a gente escorrega. fica assim, na incerteza, de coisa alguma.
e nessas horas, o tempo pesa. muito mais do que antes. a gente sente cada pedacinho do tempo, comendo a juventude, os planos (até os mais bem elaborados) e o próprio tempo. ficamos para trás? acho que não. estamos é bem na frente. onde, mesmo sem enxergar, ainda há possibilidade (qualquer que seja) de começar outro caminho. eu bem sei que um ano como esse não se faz sempre, mas é dessas reviravoltas que a gente faz a vida. né?
algumas vezes parece que a vida quer te jogar na cara umas coisinhas que você prefere esconder por baixo dos panos da vergonha, da frustração e do amargo mal vivido. mas é um engano. bobagem dizer que a vida nos persegue. será, talvez, nossa a obrigação de persegui-la, agarra-la com todos os dedos e todos os dentes. pedir para que a vida fique mais um pouco. esquecer que os erros refletem, e só viver. no presente. parece fácil. mas não é. e é lógico, pois, nada que nos parece fácil é exatamente aceitável. é de uma complexidade enorme. afinal, como vamos respirar cada sopro de ar sem pensar no segundo seguinte? ou no minuto passado? o tempo é nossa eterna confusão. e por causa dele a gente se arredia, treme e segue em frente. com medo. mas com vontade. não sou perdedora. posso estar confusa, mas não fracassei. sei do que sinto. sei o que me cabe - e só me resta viver (caso tenha espaço aqui, para falar de mim).vou parar de olhar para o rosto das outras pessoas, e querer muito me encontrar lá. não é o meu lugar. ao invés de querer adentrar nas almas dos outros, vou cavar um caminho por onde a minha possa passar. e se acaso outras almas despontarem, vou abraçar cada uma e seguir. e serão estas almas, as minhas almas-amigas.
aqui, os reis deixaram suas coroas e cetros - os heróis, suas armas. mas as grandes almas, cuja glória estava nelas mesmas e não em coisas externas, levaram com elas sua grandeza.
vamos em frente. certo?o tempo não espera, mas ele se adapta. as coisas todas se ajeitam em qualquer instante, fugaz, que por um momento escapou aos nossos olhos.
aos "engenheiros da minh'alma", a minha consideração e tempo presente.
panka (também conhecida por nathália costa), tentando seguir com este blog :)

domingo, 27 de julho de 2008

Anti-ação

Peço licença a quem seria o próximo "L" da lista. Mas, devido à falta de postagem, cá estou.

Martela na cabeça o tal do amor-próprio. Trancando o vômito, digerindo o indigerível. Engolindo lágrimas e sorrindo amarelo. Tudo de bom, mas tudo de errado. Mil felicidades, mil atravancamentos. “Aqueles que atravancam o meu caminho, eles passarão, eu passarinho”. Passarão. Porém não sem antes esmigalhar nosso ego. Orgulhosos. Eles, nós. Juntando cabeça dura com silêncio medroso. Qual é quem? Quem é quem? Quem é qual? Escolhamos à vontade, esses nossos artifícios imbecis. Pelo amor de nãoseiquedeus, há um plano traçado?

Súplicas caladas. Prestem atenção. Atenção, falta atenção. Falta? Cremos que não. Falta reconhecê-la. No tronco de árvore, camuflada de madeira, assim fica difícil. Melhor mesmo nem saber.

“Deixem-me ser burro. Ser inteligente dóooi”.Tantas linhas de fronteiras e nenhuma sinalização. Onde estão as placas alertando os tolos? Não estão. Deixem-nos cair além. É bom. É ruim, mas é bom...Sabem como é. A recomposição não poderia ser de todo maléfica. Não, não.

Deixando assim subentendido, desse modo vivemos martirizando nossas cordas vocais. Bon vivant. Bueníssimo. Atendendo às expectativas de... de, do.. De quê? Do quê mesmo? Sabemos lá do quê, de quem... O que interessa é manter a compostura, certo? Alinhamento. Talvez, ocasionalmente, um slogan insista em pairar sobre nossas caixolas magníficas: Diga não às rugas de expressão! Não se expresse.


Liana V N Coll

quinta-feira, 24 de julho de 2008

O sorisso do Benasso - Parte 2 (A Missão)

Cínthia SeréC, a professora de história, chegou para dar novos ares ao colégio. Desejada por eles, invejada por elas, admirada por todos - era inigualável, porém inatingível; com aquele ar de quem sabe o que é e o que quer. Às vezes, sua certeza de si era irritante. Mas era uma boa pessoa... até grupos de estudo comandava (em sua própria casa) para ajudar os alunos mais necessitados.

Já o nosso querido amigo José Guilherme, como dito no post anterior, não era mais o mesmo. Não sorria, mal se alimentava, perdia peso dia após dia e os estudos iam de mal a pior. A família alegava saudades da namoradinha - afinal, foram anos de namoro. Na real, ele queria sair dessa, só não sabia como.

Pois bem, a escola continuava e história nunca havia sido seu forte, portanto estava abaixo da média depois de feitas algumas avaliações. SeréC, como de praxe, montou um grupo de estudos e lá foi nosso Benasso...
Não se sabe quem estava mais entediado: ele que estava ali por obrigação ou ela que considerava aquilo um grande favor da sua parte. Foi então que, em meio à tentativa de descontração da professora – aquela velha piada sobre o cavalo de Napoleão – tudo mudou. Nosso amigo sorriu! E não é por acaso que esse conto tem esse título, o sorriso de Benasso era algo inexplicável, único, ímpar, singular (tá entenderam né?!).

Pronto, estava feito o estrago.
_
Não, não é o Guilherme. Ele me cedeu os direitos de continuar o conto e assim o fiz ;)
Boas férias e um beijo na testa para todos, porque beijo na testa significa respeito.
Lara

terça-feira, 8 de julho de 2008

...
O despertador tocou. Mais um dia na vida de Zé Ninguém. Ele pega o bonde na estação para chegar ao trabalho. Elevador para cima e deixa sua pasta no cubículo que chama de sala, elevador para baixo até o café mais próximo. E de elevador em elevador o dia passa e termina. Zé Ninguém vive frustrado para sempre.
...
Ou então:
O despertador tocou. Mais um dia na vida de Zé Alguém. Ele pega o seu carro esportivo para chegar ao trabalho. Elevador para cima e deixa sua pasta de couro italiano na luxuosa sala, elevador para baixo até o requintado café na esquina. Então Alguém fica furioso com outro alguém tira um revólver e transforma o café em um inferno. Alguém acaba seu café que repousava na mesa e sai tranquilamente para viver feliz para sempre.
...
Ou então:
O despertador tocou. Mais um dia na vida de Zé Alguém de Mônaco. O chofer abre a porta e ele pega a limusine para chegar ao trabalho. Elevador panorâmico para cima e deixa seu palm top, iPod e Notebook porque aquele é um dia diferente, elevador para baixo até o café requintado da esquina. Ao entrar empunha a sub-metrelhadora que trazia e manda todos aqueles executivos para o inferno! Ao fim das balas ele pega uma pistola e se mata, morre feliz para sempre..
...
Ou então:
Zé acorda antes do despertador mas se sente mal, com uma gripe colossal ele desliga o despertador e volta a dormir. Dorme feliz para sempre.


Jo(a)ão Victor Moura tirando o blog do esquecimento...

segunda-feira, 16 de junho de 2008

JORNALISTAS POR FORMAÇÃO

ESTÃO TENTANDO TIRAR O SEU DIREITO DE SER BEM INFORMADO!


Em primeiro lugar, pedimos espaço ao colega que teria seu post "publicado" no dia de hoje para exprimirmos a nossa indignação em relação à desregulamentação da profissão do jornalismo.

Para fundamentarmos juridicamente nossa opinião, eis o artigo 4º do Decreto-Lei n° 972 de 17 de outubro de 1969:
Art. 4º O exercício da profissão de jornalista requer prévio registro no Conselho Regional de Jornalista, da respectiva jurisdição, que se fará mediante a apresentação do Diploma de Curso Superior de Comunicação Social em Jornalismo, com textos de editoração: escrito, oral e imagem, expedindo por instituição de ensino reconhecida e registrada no Ministério da Educação.
E a justificação:
O presente projeto tem a finalidade de adaptar o Decreto-Lei nº 972, de 17 de outubro de 1969, com a Constituição Federal de 1988 que em seu artigo 5º dá o direito de igualdade a todos.
A Constituição de 1988 ainda assegura o direito ao livre exercício da profissão.
Esta é a lei que nos protege.
No entanto, o projeto de lei 6398/2005 (de autoria do deputado Severiano Alves) propõe a desregulamentação da profissão de jornalista, ou seja, se esse projeto for aprovado, não será mais necessário o diploma de curso superior em Comunicação Social para se exercer a profissão em questão.
Jornalistas, estudantes de jornalismo, mestrandos e doutorandos e pessoas da área de Comunicação Social: não permitam que a nossa profissão seja banalizada mediante leis que não a respeitam.
O SEU DIREITO À BOA INFORMAÇÃO ESTÁ SENDO LESADO.
O Jornalismo É uma profissão séria e exige, além de vocação, estudo acadêmico com fundamentação teórica.
"Logo de cara, o curso de Comunicação se mostrou tão extenso que notou-se também a necessidade da segmentação deste novo fenômeno das ciências sociais e humanas. Principalmente nas ramificações em que se notou a existência de objetos ainda mais particulares. O jornalismo é uma delas. Tem um objeto próprio de estudo, definido por alguns de "mediação do interesse público nos medias" ou ainda "mediação das notícias nos medias". O que no fim significa o mesmo, pois o princípio de notícia é tudo aquilo que carrega interesse público.
Ao jornalista, portanto, cabe:
1) A responsabilidade de se especializar na veiculação equilibrada das vozes sociais nos medias;
2) Detectar vícios e práticas que prejudicam a boa comunicação;
3) Observar os efeitos das coberturas jornalística em médio e longo prazo;
4) Preservar o equilíbrio das vozes sociais e políticas nos medias; fiscalizar o poder público;
5) Observar a capacidade dos medias de influenciar o público não no como pensar sobre determinado assunto, mas sobre o que pensar;
6) Organizar, estruturar e hierarquizar as informações, explicá-las, analisá-las e interpretá-las, e apresentá-las e difundi-las por diversos processos, utilizando-se de meios impressos, auditivos, visuais, geralmente combinados entre si;
7) Fiscalizar o poder público;
8) Saber diferenciar o interesse público do interesse perverso do público.
(...)
A interdisciplinaridade nunca será motivo para desmerecer uma graduação em particular. "
Bruno Barros, Observatório da Imprensa.
A Turma de Jornalismo do primeiro semestre da Universidade Federal de Santa Maria está organizando um protesto contra esta ILEGALIDADE, que rebaixa a nossa FORMAÇÃO ACADÊMICA.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

O sorriso de Benasso - Parte 1

O Benasso era popular no colégio. Na verdade seu nome era José Guilherme, mas nunca soube o real motivo desse apelido. Bom, seguindo a história, o Benasso era muito querido por todos, afinal tinha um sorriso fácil, como o de uma criança. Estava sempre feliz da vida. Jogava futebol com a turma, organizava festinhas em sua casa, dava aulas de reforço para os colegas que tinham dificuldades nos estudos... Enfim, era um verdadeiro amigão.
Pois bem, o Benasso era popular mesmo estando na cidade e no colégio há apenas dois anos. Seu pai foi transferido e toda a família deixou sua cidade natal, no sul do estado. Entretanto, uma parte de Benasso ficou: seu coração. Cara, ele tinha uma namoradinha que amava muito. E esse amor era recíproco! Era linda essa paixão, um casal perfeito. Eles se afastaram, mas o namoro continuou. E firme, como sempre.
Mas naquele ano o Benasso voltou diferente das férias. A namoradinha, aquela que ele amava tanto e que o amava no mesmo tanto, havia terminado o relacionamento. Alegou distância, claro, e que por causa dela, já não o amava mais.

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Era triste vê-lo rastejando pelos corredores. Aquele sorriso fácil, sumiu. O futebol com a turma, sem vontade. As festinhas em sua casa, sem ânimo. Os estudos com os colegas, não aconteciam mais, pois o próprio Benasso começou a ir mal no colégio. Sua tristeza era, meu Deus, imensa. Alguém precisava ajudá-lo, era impossível que não restasse um resquício de sua vontade de viver.
Infelizmente, nem as aulas da nova professora de história, chegada naquele mesmo fatídico ano, ajudaram meu amigo. Cínthia SeréC era seu nome e ela tinha uma característica que a destacava em relação as outras professoras. Ela era, digamos, novinha.

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(continua)
Guilherme Gehres

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Amizade

Advertência: O meu humor hoje não está lá essas coisas (se você pensou "e o que eu tenho a ver com isso" vá ao diabo que lhe carregue desde já) como vocês já devem ter percebido, portanto não garanto que o meu "artigo" não vá soar ofensivo para alguém(s) (e podem apostar que eu estou pouco me importanto se isso acontecer).

Devido a alguns fatos recentes (não se gastem perguntando, eu não pretendo dizer o que foi) eu me parei para refletir o que é a amizade, o porque dela e, pricipalmente, para onde ela leva. Desnecessário dizer, não cheguei a lugar algum, com excessão talvez da melancolia (e se alguém ainda insiste em me criticar mentalmente, vá pentear macacos). Tenho que começar por algum lugar, vou escolher na ordem que eu citei acima. "O que é a amizade?" é algo que muita gente deve ter se perguntado uma infinidade de vezes e eu não sou a excessão da regra. Companheirismo, ajudar quando o outro precisa de auxílio, tanto de natureza afetiva quanto profissional ou até existencial, mesmo que essa ajuda não seja mais do que dar um ombro ao pranto, ouvir em silencio ou mesmo arriscar um conselho ou dizer uma verdade que o outro não quer ouvir. Esse é um conceito bem pessoal, como não poderia deixar de ser, e cada um pode ter algo a acrescentar, até a retirar mas em linhas gerais eu duvido que qualquer pessoal venha a contestar o que escrevi. O segundo ponto é o "porque da amizade", me desculpem a vulgaridade mas se alguém tem alguma dúvida quanto ao fato de que precisamos tanto de amigos quanto de oxigênio, vamos sentar e discutir seu futuro como deficiente mental. Em resumo pode-se dizer que as mesmas coisas que eu citei como definição de amizade, as pessoas, todos nós, precisamos de amparo as vezes por mais que digamos que somos auto-suficientes. Finalmente, "aonde a amizade leva?", que afinal era o ponto onde eu queria chegar desde o início. Eu costumo dizer aos quatro ventos que eu não crio esperanças com nada, isso é verdade. Mas se vocês estiverm pensando o porque de eu estar mal, parabéns, acharam o meu calcanhar de aquiles. Não é fácil se aproximar de mim de verdade porque uma vez que uma pessoa faz isso ela facilmente pode me derrubar. Por mais que isso tenha sido exposto na 1ª pessoa, é uma constatação bem genérica, creio que muita gente pense assim. Mas no fm das contas, até onde podemos confiar nas pessoas, até onde podemos confiar nossas vidas, o âmago do nosso ser, a outrem? Como eu coloquei anteriormente, não podemos viver solitarios, então qual a medida, até onde podemos levar uma amizade e quem são os verdadeiros amigos? Se alguém souber essas respostas, por favor me conte.
Não que interesse a alguém, mas o nome do meu blog é uma parte da denominação da minha turma de amigos.
PS: não quero piedade (se você pensou isso, vão a merda)
Guilherme Benaduce

quarta-feira, 4 de junho de 2008

A Insatisfação muda o Mundo

Desde pequeno percebia que eu era diferente. Não gostava de esportes, preferia os livros; queria morar nos Estados Unidos, odiava minha cidade. Quando percebi que minha persona era motivo de exclusão na letárgica bolha em que eu havia nascido, acabei me entregando ao suícidio imaginário. Cortava-me, baleava-me, enforcava-me. E o bom era que eu podia me matar quantas vezes quisesse. Sem dor física alguma.
Nesses devaneios suicidas, percebi outro ponto muito gianlluquista que não deixava concretizar o suicídio: eu sonhava. Sempre que me deparava com uma situação desagradável, transportava-me para uma realidade paralela, porque, nela, eu era perfeito. O mundo era perfeito: eu tinha irmãos, eu era bonito, nevava no Natal e não havia nenhum mundo a ser descoberto além daquele - perfeitamente satisfacting.
Durante muito tempo, tudo me parecia ruim e meus sonhos, aparentemente, jamais seriam mais do que psicoses de um nerd sobrepesado que escutava ABBA e lia Harry Potter. Para mim, a vida nunca iria mudar. Eu seria sempre o ovino afro-descendente fadado ao abate social.
"Não mais do que repente", livrei-me do peso de me esconder num projeto de cidade ao vir para Santa Maria - El Dorado dos que nascem no interior. Mesmo que, no início, nada muito revelador tivesse acontecido comigo, com o tempo, pûde aprender a mais valiosa lição da minha vida (de incríveis dezessete invernos): clichês de auto-ajuda geralmente são verdade.
Seu inconsciente neste momento: "Que porra é essa? Eu li essa merda para ele dizer que clichês são verdade?"
Antes de apertar o X no canto superior...
"Nunca deixe de sonhar". Esse é o meu clichê favorito. Se eu não tivesse sonhado, nunca teria lido livros dos quais meus conterrâneos sequer vão saber da existência; se eu não tivesse sonhado, não teria estudado o que estudei, não teria me preocupado em passar no PEIES; se eu não tivesse sonhado, já teria parado de sonhar. Foram meus sonhos que mudaram minha vida - se hoje sou feliz, pois estudo o que gosto, convivo com quem amo, foi por que eu sonhei. Ou seja, eu desejei virtualmente.
É bom ver isso agora, pois tudo pelo que passei faz sentido. Toda minha infância desajustada me causou insatisfação. Opa...e só esta faz sonhar. No fim, nossos sonhos são reflexos imediatos de nossa insatisfação. É verdade que nós somos naturalmente insatisfeitos, mas só os desgostos profundos, que matam a alma, propõem a morte induzida e fazem suspiros se verterem em lágrimas é que criam mais do que um mero descontentamento. É um ciclo: ser machucado, ficar inconformado, sonhar.
Pois, então, todas as nossas realizações já feitas e aquelas outras, tão absurdas quanto, são, na verdade, insatisfações? Sim! Se qualquer coisa por nós é mudada, é porque dela não gostamos. Engraçado. Num mundo dito tão errado e tão injusto, o que muda alguma coisa são sinapses que transcendem o sistema nervoso e passam pelo coração, pelo espírito e pela aura. Quem muda o mundo são aqueles que pelo mundo foram machucados.
Pareço-me um pouco confuso, mas continuarei.
Mas o que, afinal, eu quero tanto dizer? É difícil responder: são idéias novas mescladas a sentimentos imaturos. É um embaralho mental fundado em experiências e em ambições. É uma liga, não metálica, mas aérea. Não consigo ser objetivo, desculpem-me os sedentos por dinamismo. Minha mente é tosca.
Acredito em que, no final das contas, o que clama em minha consciência para ser regurgitado neste vernáculo luso-brasileiro é a certeza e a dúvida: meu passado, agora, são feridas saradas; mas meu futuro é volúvel, é feito de medo. Meu presente é um tanto pífio se comparado ao que já passou e ao que está por vir (erro meu).
Ser machucado e me machucar me fez insatisfeito. Insatisfeito, sonhei. Dos sonhos, tenho um punhado feito concreto; o resto são sentimentos, vontades, incertezas. Meus sonhos são o caos...como este texto.
Ah! Não me interessam o caos nem a dúvida. Interessa-me o nada, o que ainda pode ser. Só que, agora, tenho uma convicção pleonasticamente convicta: não posso (podemos) parar de sonhar! Não agora. Nem nunca.
Gianlluca Simi
Acadêmico do Primeiro Semestre de Jornalismo da UFSM