segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Imitando Panka

Na cara dura. Mas eu não conseguiria encerrar o semestre de forma outra!

Normalmente eu escreveria tratados e tratados sobre a amizade. Sobre como me sinto feliz e lisonjeada em tê-los (todos!) próximos a mim. Pediria mil desculpas por meus equívocos, meus pré-conceitos, minhas fraquezas de caráter ou exageros temperamentais. Choraria, descontrolada, em frente ao teclado do computador. Isto, a bem da verdade, não consegui dexar de fazer. Lágrimas de alegria, de conforto, de agradecimento. Apesar de todos os pesares, apesar de todos os percalços, este foi -sem a m-e-n-o-r sombra de dúvida- o melhor dos meus vinte e dois anos de existência terrena. Não vou me alongar demais. O que desejo não é falar, nem lamentar, tampouco voltar no tempo. Panka já fez isso de forma brilhante! O que mais quero (talvez, hoje, apenas) é agradecer. Muito obrigada, meus chapas, pelo ano maravilhoso que vocês ajudaram a construir em minha vida! Obrigada por existirem, por xingarem, por discutirem, por sorrirem, por serem totalmente diferentes ou iguais a mim. Obrigada por seguirem lado a lado na Avenida das Dores quando ninguém mais quis. Obrigada pelas colas em provas estapafúrdias. Obrigada pelos cafés, chocolates, bolos feitos em casa ou no bar, almoços no bistrô Le . Obrigada por sorrirem comigo na hora da graça. Obrigada por mentirem comigo na hora do aperto. Muito, mas muito obrigada por quando chamaram a minha atenção quando de momentos desconfortáveis. Obrigada por cada minuto de risos, bobagens, conversas ridículo-teóricas. Obrigada por estarem aqui. Obrigada por não desistirem de, assim como todas as pessoas de bem, acreditar num mundo melhor, digno de verdade e informação ética e de qualidade! Feliz Ano Bom e até o 3º semestre. Que seja tão verdadeiro quanto estes que se fecham com o dezembro caloroso.


"O tempo passa e com ele
Caminhamos todos juntos
Sem parar
Nossos passos pelo chão
Vão ficar.

Marcas do que se foi
Sonhos que vamos ter
Como todo dia nasce
Novo em cada amanhecer."

Com muito carinho, Ananda

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

aos meus amigos

o último texto (teoricamente) é responsabilidade minha. porém, não disponibilizo de chaves de ouro apropriadas para um grand finale. enfim, deixemos de frescuras e vamos ao que interessa. sabendo (ou não) como dizer, é preciso que seja dito: aos meus amigos, meu carinho.
e muito mais do que isso. aos meus amigos, meu ombro, minhas mãos, minha mente e coração. aos meus amigos, o que eles precisarem. aos meus amigos coragem e companheirismo.
caí de pára-quedas. diria que apareci quando, acredito, ninguém considerava que eu existisse. e desse modo, tornou-se ainda mais importante que eu diga, como eu nunca disse antes, um muito obrigado gigante. a partir de então, nunca mais eu deixei de olhar duas vezes para alguém. a gente nunca sabe em que corpo vai estar aquele que será nosso próximo amigo. mas eu não sabia disso. eu só posso falar por mim, mesmo que o que eu sinta seja o mesmo que outros sintam.
e:


aos meus amigos que diversas vezes riram comigo, beberam e amanheceram comigo. aos meus amigos que tinham sempre um sofá, um tapete, uma almofada, um cobertor, um moletom ou até mesmo a própria cama para me oferecer. aos amigos que saíram pela noite, pela manhã, pela tarde. aos meus amigos que gritaram por suas idéias e suas convicções, aos meus amigos que tinham qualquer troco quando o meu não existia, aos amigos que me acordaram com suavidade ou com gritedo. aos amigos que se fantasiaram comigo, aos amigos que riram de mim e de si mesmo. aos amigos que perderam horas de estudo em bares, horas de diversão em trabalhos, horas de alegria nos meus pesares. aos amigos que me escutaram chorar por minutos e horas interruptas. aos amigos que sempre tiveram uma mão, um chiclé, uma colinha básica, um livro, um cigarro, um abraço, uma palavra sincera, um desentendimento, um momento de conversa. aos amigos que abriram espaço para que eu construísse o meu. aos amigos que compreendem que eu nunca tenho celular disponível (e nem mesmo créditos). aos amigos que me receberam em casa, que me apresentaram seus pais, que me fizeram sentir da família. aos amigos um pouco caninos, que roubam sacos de pão e latem agoniados - mas que sempre (sempre) me recepcionam com carinho.
aos amigos que curtiram um blues comigo, um samba comigo, um róquenrou comigo. aos amigos que assistiram as mesmas aulas chatas e emocionantes (divertidas, cansativas, pedantes). aos amigos que sempre me entenderam, e até aos que discordaram sempre de mim. aos amigos que torcem pelo mesmo time que eu, ou que o secaram com veemência. aos amigos que gastaram suas horas conversando comigo, andando pela rua comigo. aos amigos e aos nossos filmes. aos amigos que escolheram a mesma profissão que eu, e mesmo assim, conseguem ser tão diferentes (e tão parecidos) comigo. aos amigos que eu recebi como um presente de natal muito adiantado. aos amigos delicados, criativos, expressivos, silenciosos, tímidos, companheiros, preocupados, orgulhosos, corajosos, inteligentes, teimosos, letrados, cultos, bobalhões, alegres e de vez em quando tristes.

que vergonha. meu texto é simples, é quase bobo. mas eu não sabia mesmo o que dizer, muito menos o que escrever. mas sei bem como sentir.

Eu nunca mais quero outra vida, é - eu ando um bocado mudado, eu nunca mais quero outra vida, eu não, olha só como eu tô bem tratado, é que os tempos mudaram, e agora eu ando muito bem acompanhado (é, eu ando, sim), eu nunca mais quero outra vida, jogado na rua feito um vira-lata, o amor um dia chega, irmão mesmo pr'um cara pirado que só sabe ficar bebendo pinga, cantando rock, contando vantagem(...)

aos meus amigos, meu amor sempre.

panka

ps: BOAS FÉRIAS!

domingo, 7 de dezembro de 2008

(estou atrasada dois dias no post, hoje é dia da Mari.. mas qualquer coisa ela posta hoje mesmo por cima do meu!)


Às vezes, há que se explorar mais friamente o eu nosso. Tomados de cóleras e carregados de amores voluptuosos, perdemo-nos em agonias. Servindo-se em banquetes de ácidas dores e bebericando incessantemente do absinto remoer, o corpo sofre indigestão "overdósica" e desmaia (como em reflexo da perda de controle de si). Então, estouram alucinações de presenças com quê de neblina fina e rápida, entoando palavras com asas angelicais – ou demoníacas. Assim mesmo: depois de dar as caras pelo sub e in, elas visitam o consciente.
É então que se espirra sensatez. Após olhar um amontoado desconexo e ter se iludido: castelo, recobra-se o ceticismo. Porque pisar em chão compacto é chato e frio, mas também é necessário. Viver de neverlands seria realmente incrível. Porém, um ciclo não é um ciclo se não percorre todas as extremidades. E viver no extremo do morango vermelho é ilusão. Aliás, morango é pseudofruto. Pseudo: o que aparenta mas não é.
Mas o que eu queria falar mesmo – eu tenho um problema chato de fugir do assunto – não era assim, pessimista e tristonho. Era sobre as fases em que vivemos em estado de dormência. São essas as perigosas, os repuxos, redemoinhos, as ressacas. Nessas, reinventar trilhas sem seguir rastros é prova fatal.

"Se cada dia cai
dentro de cada noite,
há um poço
onde a claridade está presa

Há que sentar-se na beira
do poço da sombra
e pescar luz caída
com paciência."

Beijos, gente!

Liana V. N. Coll

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Não morreu não!

É CAMPEÃÃÃÃÃO!

(post para a Panka)

Lara.

a morte.

é uma vida sem saída. É o pensamento mais certo que os vivos podem ter.
O Primeiro Ponto morreu?

sábado, 29 de novembro de 2008

Homem de bem

Ele era um homem médio, quando nasceu já se percebia essa característica, foi crescendo e tudo girava em torno disso, nunca foi muito popular, mas não era nerd, nunca tirava boas notas, mas não ficava de exame... cresceu e teve um emprego médio, público, sem muitas promoções... teve dois filhos e um casamento de oito anos, médio... o tempo passou e ele percebeu que sua vida tinha sido "média", não podia reclamar, mas não podia se vangloriar daquilo que fizera... se aposentou com 70 anos, pensou, pensou...aos 72 anos se deu conta, era hora de sua morte, tinha 72 anos oito meses e onze dias, amanhã ele vai morrer...

João Victor Moura

domingo, 23 de novembro de 2008

Baco

Baco, menino do sul, nunca havia tido amigos que considerasse tanto como aqueles que fizera no primeiro ano da Academia de Bellas Artes. Pedro, menino do norte, ao contrário, sempre tivera muitos amigos. No início, um não notava a existência do outro, o que não os impediu de virarem amigos, grandes amigos - pelo menos era assim que Baco os via.

Num golpe de sorte, Pedro e Baco resolveram abrir uma empresa juntos: Galeria Global - como o nome já diz, era uma galeria que expunha obras de arte de artistas do mundo todo. Eles tinham um pacto para manter essa empresa, mas ela era um resultado da amizade, não uma condição para que ela existisse.

Os primeiros meses se passaram bem - Pedro e Baco estavam eufóricos, o início de um empreendimento. Baco, então, era o que mais se satisfazia com a parceria. Como dito, nunca havia tido muitos amigos a que desse tamanho valor como dava a Pedro. Porém, as poucas experiências de Baco quanto a amizade haviam lhe ensinado que sempre há de haver conflitos.

Eis que o primeiro desentendimento surgiu. Por um ruído na comunicação dos dois, Baco não havia entendido Pedro e, possivelmente, a recíproca fosse verdadeira.

Baco não se sentia bem com conflitos fraternais. Também era desconfiado e achou que uma de suas melhores amizades da Academia passaria por tormentos. Pensou, refletiu, sentiu-se mal com a situação: não queria que algo que ele tinha feito acabasse com uma amizade, que, Baco sabia, tinha tomado bastante tempo para se formar.

Pensou em pedir desculpas. Não! O orgulho falou mais alto. E, para piorar a situação, era a amizade entre homens, em que, claramente, sentimentos não se afloram muito facilmente. Baco nem era bom com desculpas. Achava que era um sinal de fraqueza. Mas, no fim, Baco pediu desculpas. Para ele um alívio. Só que não sabia se Pedro entenderia ou sequer consideraria suas desculpas.

A história ainda não teve fim. Baco ainda não tem certeza se não houve mais ruídos na comunicação entre os dois. Baco nem sequer sabe se Pedro não considera o ocorrido simplesmente irrelevante. De novo, Pedro era mais experiente com amizades do que Baco.

Baco remains unconscious of the reply. He still does not know if he managed to blow such a valuable friendship. Baco wihses for the best though. Shouldn't he?

Gianlluca Simi