domingo, 27 de julho de 2008

Anti-ação

Peço licença a quem seria o próximo "L" da lista. Mas, devido à falta de postagem, cá estou.

Martela na cabeça o tal do amor-próprio. Trancando o vômito, digerindo o indigerível. Engolindo lágrimas e sorrindo amarelo. Tudo de bom, mas tudo de errado. Mil felicidades, mil atravancamentos. “Aqueles que atravancam o meu caminho, eles passarão, eu passarinho”. Passarão. Porém não sem antes esmigalhar nosso ego. Orgulhosos. Eles, nós. Juntando cabeça dura com silêncio medroso. Qual é quem? Quem é quem? Quem é qual? Escolhamos à vontade, esses nossos artifícios imbecis. Pelo amor de nãoseiquedeus, há um plano traçado?

Súplicas caladas. Prestem atenção. Atenção, falta atenção. Falta? Cremos que não. Falta reconhecê-la. No tronco de árvore, camuflada de madeira, assim fica difícil. Melhor mesmo nem saber.

“Deixem-me ser burro. Ser inteligente dóooi”.Tantas linhas de fronteiras e nenhuma sinalização. Onde estão as placas alertando os tolos? Não estão. Deixem-nos cair além. É bom. É ruim, mas é bom...Sabem como é. A recomposição não poderia ser de todo maléfica. Não, não.

Deixando assim subentendido, desse modo vivemos martirizando nossas cordas vocais. Bon vivant. Bueníssimo. Atendendo às expectativas de... de, do.. De quê? Do quê mesmo? Sabemos lá do quê, de quem... O que interessa é manter a compostura, certo? Alinhamento. Talvez, ocasionalmente, um slogan insista em pairar sobre nossas caixolas magníficas: Diga não às rugas de expressão! Não se expresse.


Liana V N Coll

quinta-feira, 24 de julho de 2008

O sorisso do Benasso - Parte 2 (A Missão)

Cínthia SeréC, a professora de história, chegou para dar novos ares ao colégio. Desejada por eles, invejada por elas, admirada por todos - era inigualável, porém inatingível; com aquele ar de quem sabe o que é e o que quer. Às vezes, sua certeza de si era irritante. Mas era uma boa pessoa... até grupos de estudo comandava (em sua própria casa) para ajudar os alunos mais necessitados.

Já o nosso querido amigo José Guilherme, como dito no post anterior, não era mais o mesmo. Não sorria, mal se alimentava, perdia peso dia após dia e os estudos iam de mal a pior. A família alegava saudades da namoradinha - afinal, foram anos de namoro. Na real, ele queria sair dessa, só não sabia como.

Pois bem, a escola continuava e história nunca havia sido seu forte, portanto estava abaixo da média depois de feitas algumas avaliações. SeréC, como de praxe, montou um grupo de estudos e lá foi nosso Benasso...
Não se sabe quem estava mais entediado: ele que estava ali por obrigação ou ela que considerava aquilo um grande favor da sua parte. Foi então que, em meio à tentativa de descontração da professora – aquela velha piada sobre o cavalo de Napoleão – tudo mudou. Nosso amigo sorriu! E não é por acaso que esse conto tem esse título, o sorriso de Benasso era algo inexplicável, único, ímpar, singular (tá entenderam né?!).

Pronto, estava feito o estrago.
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Não, não é o Guilherme. Ele me cedeu os direitos de continuar o conto e assim o fiz ;)
Boas férias e um beijo na testa para todos, porque beijo na testa significa respeito.
Lara

terça-feira, 8 de julho de 2008

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O despertador tocou. Mais um dia na vida de Zé Ninguém. Ele pega o bonde na estação para chegar ao trabalho. Elevador para cima e deixa sua pasta no cubículo que chama de sala, elevador para baixo até o café mais próximo. E de elevador em elevador o dia passa e termina. Zé Ninguém vive frustrado para sempre.
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Ou então:
O despertador tocou. Mais um dia na vida de Zé Alguém. Ele pega o seu carro esportivo para chegar ao trabalho. Elevador para cima e deixa sua pasta de couro italiano na luxuosa sala, elevador para baixo até o requintado café na esquina. Então Alguém fica furioso com outro alguém tira um revólver e transforma o café em um inferno. Alguém acaba seu café que repousava na mesa e sai tranquilamente para viver feliz para sempre.
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Ou então:
O despertador tocou. Mais um dia na vida de Zé Alguém de Mônaco. O chofer abre a porta e ele pega a limusine para chegar ao trabalho. Elevador panorâmico para cima e deixa seu palm top, iPod e Notebook porque aquele é um dia diferente, elevador para baixo até o café requintado da esquina. Ao entrar empunha a sub-metrelhadora que trazia e manda todos aqueles executivos para o inferno! Ao fim das balas ele pega uma pistola e se mata, morre feliz para sempre..
...
Ou então:
Zé acorda antes do despertador mas se sente mal, com uma gripe colossal ele desliga o despertador e volta a dormir. Dorme feliz para sempre.


Jo(a)ão Victor Moura tirando o blog do esquecimento...