domingo, 1 de junho de 2008

Dízimo e conversão

Essa décima parte da renda anual pedida pela Igreja tem o intuito de manter gastos com obras, reformas, sobrevivência do padre. O Papa Bento XVI, porém, extinguiu o termo “dízimo” do quinto Mandamento da Igreja. No dia 28 de junho de 2005, dois meses depois de assumir o cargo máximo da Igreja Católica, alterou este mandamento, através do Compêndio do Catecismo.

Talvez, pela idéia de que essa parcela em dinheiro afugentasse fiéis, que estariam se convertendo a outras religiões que evitassem tais gastos, o pontífice deu uma nova ênfase ao mandamento, alterando-o: “Atender às necessidades materiais da Igreja, cada qual segundo as próprias possibilidades”.

“Dízimo, (sic) é fruto de nossa verdadeira conversão”. Essa frase, em destaque na parede de saída da Paróquia do Rosário, em Santa Maria, beira à contradição. Afinal, quem deve pagar o dízimo são os verdadeiros católicos, que querem ajudar a manter a paróquia? Ou aqueles que não eram adeptos dessa religião, talvez por achar que o ímpeto católico de buscar dinheiro ultrapassava os limites da fé?


Não que todas as outras religiões sejam decentes. Longe disso. Muitas, por sinal, estão bem mais interessadas no “dízimo” do que na redenção e satisfação espiritual das pessoas. Mas uma paróquia que não coincida com as verdadeiras idéias de Vossa Santidade, parece não ter uma boa relação de intermediadora das ideologias que a religião católica tenta passar aos ouvintes.

Eduardo Covalesky Dias

5 comentários:

Acervo Café Frio disse...

Feito e dito.

Thiagocomin disse...

"...as you have paid the price, welcome to paradise."

Anônimo disse...

Ótima opinião. A igreja (a meu ver, em minúsculo) sempre tentado "iluminar" seus fiéis com mais algumas contradições.

À la Revista da Semana (isso foi um elogio).

Bravo!

Dudu disse...

Minha Igreja soh cobra 100 reais mensais para que eu tenha acesso de banda larga ilimitado ao Paraíso =D

Go Go Internerds o//

José Luis disse...

Bah, teria que ver melhor os dados, mas lembro de uma pesquisa do IBGE no ano passado sobre a contribuições dos brasileiros para as instituições religiosas. Mesmo representando mais de 70% da população, a Igreja Católica tem cerca de 33% do total arrecadado, em compensação as igrejas neo-petencostais representam 1/4 da população e mais de 60% das contribuições. Esse fato apenas confirma que o papa Bento XVI só ratificou uma tendência dos católicos de não doar os absurdos 10% para a instituição religiosa.